A Hanseníase é uma doença infecciosa, contagiosa, de evolução crônica, causada pela bactéria Mycobacterium leprae. Atinge principalmente a pele, as mucosas e os nervos periféricos, com capacidade de ocasionar lesões neurais, podendo acarretar danos irreversíveis, inclusive exclusão social, caso o diagnóstico seja tardio ou o tratamento inadequado.
A doença é uma das mais antigas da humanidade. A infecção por Hanseníase acomete pessoas de ambos os sexos e de qualquer idade. O Brasil ocupa a 2ª posição no mundo entre os países que registram casos novos. Já o município de Floriano é considerado zona endêmica para a doença, ou seja, há um elevado número de casos por média de habitantes.
“Por isso é importante a população saber que o tratamento da doença está pertinho de casa, nos postos de saúde. A prevenção é a melhor maneira de barrar a doença já que, com o diagnóstico em mãos, além do paciente, toda a família é monitorada e recebe o apoio necessário para fazer o tratamento correto”, explica James Rodrigues, Secretário de Saúde de Floriano.
Em Floriano, apenas no ano de 2021, foram detectados 38 novos casos da doença. Em 2020, foram 32 e em 2019, foram 40. Os números já considerados altos podem ser maiores, uma vez que a diretora de Combate à Tuberculose e Hanseníase, enfermeira Milena Portela, afirma que existe muita subnotificação de pessoas que não estão atentas aos primeiros sintomas da doença e, por isso, o diagnóstico destes casos poderia ser triplicado.
O tratamento é gratuito e deve ser acompanhado diretamente pelo posto de saúde referência do paciente, que é aquele mais próximo de casa. Além disso, a unidade de saúde de Floriano, localizada ao lado do Centro de Referência Gripal (antiga Funasa) dispõe de um médico dermatologista e um enfermeiro especializados na doença e mais dois técnicos para diagnóstico laboratoriais.
Os sinais e sintomas mais frequentes da Hanseníase são:
Manchas (brancas, avermelhadas, acastanhadas ou amarronzadas) e/ou área(s) da pele com alteração da sensibilidade térmica (ao calor e frio) e/ou dolorosa (à dor) e/ou tátil (ao toque);
Comprometimento do(s) nervo(s) periférico(s) – geralmente espessamento (engrossamento) –, associado a alterações sensitivas e/ou motoras e/ou autonômicas;
Áreas com diminuição dos pelos e do suor;
Sensação de formigamento e/ou fisgadas, principalmente em mãos e pés;
Diminuição ou ausência da sensibilidade e/ou da força muscular na face, e/ou nas mãos e/ou nos pés;
Caroços (nódulos) no corpo, em alguns casos avermelhados e dolorosos.
Como a Hanseníase é transmitida?
A médica dermatologista, Safira Leal, explica que a transmissão ocorre quando uma pessoa com hanseníase, na forma infectante da doença, sem tratamento, elimina o bacilo pelas vias aéreas superiores (por meio do espirro ou tosse), e não pelos objetos utilizados pelo paciente. “Também é necessário um contato próximo e prolongado. O problema é que a hanseníase apresenta um longo período de incubação. Este período dura, em média, de dois a sete anos. Por isso, é tão importante o diagnóstico precoce”, avalia.
Como é realizado o diagnóstico da Hanseníase?
O diagnóstico da hanseníase é realizado por meio do exame físico geral e dermatoneurológico para identificar lesões ou áreas de pele com alteração de sensibilidade e/ou comprometimento de nervos periféricos, com alterações sensitivas e/ou motoras e/ou autonômicas.
Os casos com suspeita de comprometimento neural, sem lesão cutânea (suspeita de hanseníase neural primária), e aqueles que apresentam área com alteração sensitiva e/ou autonômica duvidosa e sem lesão cutânea evidente, deverão ser encaminhados para unidades de saúde de maior complexidade para confirmação diagnóstica.
Como é feito o tratamento da Hanseníase?
O Sistema Único de Saúde (SUS) disponibiliza o tratamento e acompanhamento dos pacientes em unidades básicas de saúde e em referência, não sendo necessário internação. A duração do tratamento varia de acordo com a forma clínica da doença. Para pacientes com Hanseníase Paucibacilar (PB) a duração é de seis meses e para pacientes com Hanseníase Multibacilar (MB) a duração é de doze meses. Os medicamentos são seguros e eficazes. Ainda no início do tratamento, a doença deixa de ser transmitida.
Com informações do Ministério da Saúde.
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