A Prefeitura de Floriano, através da Secretaria de Saúde, realizará na próxima quinta-feira (02), o encontro “Saúde da Mulher: a diversidade das mulheres na defesa do direito à saúde”. A temática faz alusão ao 28 de maio, Dia Internacional de Luta pela Saúde das Mulheres e Dia Nacional de Combate à Mortalidade Materna.
Os números mostram a situação trágica em que 830 mulheres morrem por dia, no mundo, por causas relacionadas a gravidez e ao parto. No Brasil, a mortalidade materna cresceu 77% em 2 anos. Só em 2021, entre grávidas ou puérperas, o número chegou a 2.796 mulheres mortas. Desse total, 61% eram negras. Segundo Ana Márcia Miranda, diretora de saúde da mulher, cerca 40 a 50% dessas causas poderiam ser evitadas. “O Brasil é o segundo no ranking de cesárias no mundo. Cerca de 85% na rede privada e 55% na rede pública. Muitas sem indicação baseada em evidência científica, o que podem levar ao aumento na morbimortalidade”, disse.
Causas da mortalidade materna
As mulheres morrem como resultado de complicações que ocorrem durante ou depois da gestação e do parto. A maioria dessas complicações se desenvolve durante a gravidez e a maior parte delas pode ser evitada e tratada. Outros problemas de saúde podem acontecer antes da gestação, mas são agravados durante a mesma, especialmente se não forem tratados como parte do cuidado da mulher. As principais complicações, que representam quase 75% de todas as mortes maternas, são:
Hipertensão (pré-eclâmpsia e eclampsia);
Hemorragias graves (principalmente após o parto);
Infecções (normalmente depois do parto);
Complicações no parto;
Abortos inseguros.
As demais estão associadas a doenças como malária ou infecção pelo HIV durante a gravidez.
Como as vidas de várias mulheres podem ser salvas?
A maioria das mortes maternas é evitável, pois as soluções de cuidados de saúde para prevenir ou administrar complicações são bem conhecidas. Todas as mulheres precisam ter acesso a cuidados pré-natais durante a gestação, cuidados capacitados durante o parto e cuidados e apoio nas semanas após o parto. A saúde materna e do recém-nascido estão intimamente ligadas. Estima-se que aproximadamente 2,7 milhões de recém-nascidos morreram em 2015 e houve outros 2,6 milhões de natimortos. É particularmente importante que todos os partos sejam assistidos por profissionais de saúde qualificados, uma vez que o tratamento oportuno pode fazer a diferença entre a vida e a morte da mãe e do bebê.
A pré-eclâmpsia deve ser detectada e adequadamente tratada antes do início das convulsões (eclâmpsia) e outras complicações potencialmente fatais. Administrar drogas como sulfato de magnésio a pacientes com pré-eclâmpsia pode diminuir o risco de eclâmpsia.]
A hemorragia grave após o nascimento pode matar uma mulher saudável em poucas horas caso ela não seja atendida a tempo. O uso de oxitocina logo após o parto é uma medida eficaz que previne até 60 % dos casos de hemorragia puerperal.
A infecção após o parto pode ser eliminada se uma boa higiene for praticada e se seus primeiros sinais forem reconhecidos e tratados em tempo oportuno.
Para evitar mortes maternas, também é vital prevenir gestações indesejadas e precoces. Todas as mulheres, incluindo adolescentes, precisam ter acesso a métodos contraceptivos e aos serviços que realizem abortos seguros, na medida em que a legislação permita, e uma atenção de qualidade após o aborto.
Com informações da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS)
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